terça-feira, 22 de setembro de 2009

Faleceu o pastor Nilson do Amaral Fanini

Fanini é um nome inesquecível. Muitos, sejam evangélicos ou não, já ouviram falar dele, sempre cercado de bons feitos. Afinal, Nilson do Amaral Fanini foi um dos maiores evangelistas mundiais do século 20 -- juntamente com Billy Graham -- liderança máxima na denominação batista, respeitado por todo meio evangélico. Sua ficha de contribuição é imensa e ele será lembrado interminavelmente. 

No dia 19 de setembro, às 4.45, em Forth, Texas (EUA) - 6.45 no horário de Brasília - pastor Fanini morreu aos 77 anos. O corpo se vai, o nome jamais. Muito menos a contribuição deixada por um homem de Deus que deu a vida pelo Evangelho. Mesmo muito frágil, continuava pregando, trabalhando a frente da Igreja Batista Memorial de Niterói (RJ). Subia ao local do púlpito com dificuldade, mas prosseguia no pastorado. Atualmente, expressava seu inigualável sermão diante da pequena igreja que amava, fundada por ele há quatro anos, depois de passar por tantas tormentas que o desgastaram. Foi caluniado e humilhado por muitos que ostentam "sorrisos de hiena". Pastor Fanini os perdoou. Superou e recomeçou seu ministério.    

Estava em Dallas para conhecer a netinha recém-nascida, filha de Margareth, caçula do casal Nilson e Helga Fanini. No domingo, dia 13, sentiu-se mal, teve febre e foi internado. Com a saúde já enfraquecida, contraiu um forte vírus, teve complicações e derrame em vários locais. Esteve em coma desde terça-feira passada. Nessa situação delicada, a junta médica disse que o quadro era irreversível.  

O mais significativo nessa fase é que pastor Fanini tinha tal intimidade com Deus que estava preparando-se para "encerrar a carreira". Como se recebesse a mensagem do mestre: "Organiza tudo porque vou te chamar!" E assim, antes mesmo de viajar, escreveu cartas, deixou registros, planejou tudo. Ao pastor Oseas Silva, co-pastor de sua igreja, deu a ordem do culto do seu próprio funeral e pediu que cartas específicas fossem entregues. Estava sob o controle de Deus. 

E Deus foi bom demais porque permitiu que pastor Fanini morresse perto de toda sua família, junto dos três filhos, genros, noras e netos, que moram no Texas. Sua esposa pôde receber apoio da própria família. Se o casal estivesse no Brasil, a dor seria diferente. Deus fez seu coração continuar batendo, para surpresa dos médicos, por cerca de 36 horas após morte cerebral, a fim de que todos familiares estivessem ao redor de sua cama. Era um coração forte de amor pelas pessoas e ovelhas que amava. Mas parou de bater hoje cedo pela manhã. 

E agora há uma grande festa no céu. Uma comemoração na chegada de um servo bom e fiel, amado e que guardou a fé. Lá deve estar cantando seu hino preferido: "Quando Cristo sua trombeta lá do céu mandar tocar". Um dos mais conhecidos e respeitados líderes evangélicos do país deixa saudades. Permanece, no entanto, vivo na história do Cristianismo contemporâneo e na vida dos que bem influenciou.       

PREPARATIVOS FINAIS
Durante a semana de 21 a 26 de setembro, pastor Fanini recebe homenagens do povo americano em Fort Word, no seminário em que completou seu Mestrado e Doutorado. Na semana seguinte, será homenageado em Niterói (RJ), com um culto em sua Igreja Batista Memorial a ainda na Câmara Municipal da cidade, onde uma cerimônia obedecerá o protocolo oficial para recebimento de autoridades constituídas. As despedidas também serão feitas com seu trajeto em carro aberto do Corpo de Bombeiros de Niterói, passando em frente da igreja onde pastoreou por mais de 40 anos, Primeira Igreja Batista em Niterói, e da sua igreja atual. 

BOAS MARCAS
A história de Nilson Fanini é cheia de realizações marcantes. Ajudou a construir vidas, projetos, obras. Paranaense, iniciou seu ministério pastoral nos anos 50. Foi pioneiro no evangelismo em TV no Brasil com a criação do programa Reencontro, que manteve no ar por três décadas. Era um homem de mídia, elaborando programas de rádio e TV. Publicou cinco livros e produziu milhares de mensagens, estudos bíblicos e trabalhos de cunho teológico. Também foi desbravador na área de ação social quando fundou e presidiu há mais de 30 anos o Reencontro, entidade que presta atendimento médico, educacional e social aos carentes. Na área de educação teológica, construiu o Seminário Teológico Batista de Niterói. Galgou cargos importantes na denominação, como a presidência da Convenção Batista Brasileira (CBB) até chegar a ser por três anos, na década de 90, Presidente da Aliança Batista Mundial, que congrega mais de 100 milhões de fiéis em todo o planeta. Durante 41 anos, liderou a Primeira Igreja Batista de Niterói (RJ). Ali deixou marcas benéficas, moldou o caráter de ovelhas, fez a igreja se destacar como grande celeiro de produções bem sucedidas. Realizou cruzadas em 109 países, celebrou cerca de 11 mil batismos. Rendeu muitos frutos como evangelista, como líder e como pastor. 

FONTE: VIRGÍNIA RODRIGUES

domingo, 20 de setembro de 2009

As pequenas coisas importantes

Ola meus amados leitores.

Leio ou melhor passo os olhos sobre uns 40 ou mais blogs cristaos selecionados.

Sabe o que me entristece. Falamos cada vez menos de Jesus e cada vez mais dos problemas das Igrejas.

Queria escrever a respeito de uma simples releitura da Biblia, de coisas que Jesus disse e que consideramos triviais.

Parece que perdemos o folego e cansamos de correr e querendo nos livrar das coisas que nos atrapalham tambem nos livramos da Palavra, ou melhor de certos detalhes inconvenientes da Palavra.

Sao pequenas coisas que nao atentamos, pois elas dificultam um puco nossa vida, entao racionalizamos e pegamos atalhos. Mas eles nao chegam la.

La aonde?

Ao lugar onde o Senhor quer que cheguemos.

As pequenas coisas importantes:

1. Ore escondido.
Mat 6:6 
Mas tu, quando orares, entra no teu quarto e, fechando a porta, ora a teu Pai que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará.

2. De esmolas. Deus se agrada. Mas ninguem saiba disso.
Mat 6:1-4
Guardai-vos de fazer as vossas boas obras diante dos homens, para serdes vistos por eles; de outra sorte não tereis recompensa junto de vosso Pai, que está nos céus.
Quando, pois, deres esmola, não faças tocar trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, para serem glorificados pelos homens. Em verdade vos digo que já receberam a sua recompensa.
Mas, quando tu deres esmola, não saiba a tua mão esquerda o que faz a direita;
para que a tua esmola fique em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará.

3. Ande em paz com seu irmao
Mat 5:23-24
Portanto, se estiveres apresentando a tua oferta no altar, e aí te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti,
deixa ali diante do altar a tua oferta, e vai conciliar-te primeiro com teu irmão, e depois vem apresentar a tua oferta.

Já é bastante coisa para praticarmos por hoje, nao?

Deus te abencoe

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Em defesa da fé crista

1 – Reafirmamos a supremacia das Escrituras Sagradas sobre quaisquer visões, sonhos ou novas revelações que possam aparecer. (Mc 13.31)

2 – Entendemos que todas as doutrinas, idéias, projetos ou ministérios devem passar pelo crivo da Palavra de Deus, levando-se em conta sua total revelação em Cristo e no Novo Testamento do Seu sangue. (Hb 1.1-2)

3 – Repudiamos toda e qualquer tentativa de utilização do texto sagrado visando a manipulação e domínio do povo que, sinceramente, deseja seguir a Deus. (2 Pe 1.20)

4 – Cremos que a Bíblia é a Palavra de Deus e que contém TODA a revelação que Deus julgou necessária para todos os povos, em todos os tempos, não necessitando de revelações posteriores, sejam essas revelações trazidas por anjos, profetas ou quaisquer outras pessoas. (2 Tm 3.16)

5 – Que o ensino coerente das Escrituras volte a ocupar lugar de honra em nossas igrejas. Que haja integridade e fidelidade no conhecimento da Palavra tanto por parte daqueles que a estudam como, principalmente, por parte daqueles que a ensinam. (Rm 12.7; 2 Tm 2.15)

6 – Que princípios relevantes da Palavra de Deus sejam reafirmados sempre: a soberania de Deus, a suficiência da graça, o sacrifício perfeito de Cristo e Sua divindade, o fim do peso da lei, a revelação plena das Escrituras na pessoa de Cristo, etc. (At 2.42)

7 – Cremos que o mundo jaz no maligno, conforme nos garantem as Escrituras, não significando, porém, que Satanás domine este mundo, pois “do Senhor é a Terra e sua Plenitude, o mundo e os que nele habitam”. (1 Jo 5.19; Sl 24.1)

8 – Cremos que a vitória de Jesus sobre Satanás foi efetivada na cruz, onde Cristo “expôs publicamente os principados e potestades à vergonha, triunfando sobre eles” e que essa vitória teve como prova final a ressurreição, onde o último trunfo do diabo, a saber, a morte, também foi vencido. (Cl 2.15; 1 Co 15.20-26)

9 – Acreditamos que o cristão verdadeiro, uma vez liberto do império das trevas e trazido para o Reino do Filho do amor de Deus, conhecendo a verdade e liberto por ela, não necessita de sessões contínuas de libertação, pois isso seria uma afronta à Cruz de Cristo. (Cl 1.13; Jo 8.32,36)

10 – Cremos que o diabo existe, como ser espiritual, mas que está subjugado pelo poder da cruz de Cristo, onde ele, o diabo, foi vencido. Portanto, não há a necessidade de se “amarrar” todo o mal antes dos cultos, até porque o grande Vencedor se faz presente. (1 Co 15.57; Mt 18.20)

11 – Declaramos que nós, cristãos, estamos sujeitos à doenças, males físicos, problemas relativos à saúde, e que não há nenhuma obrigação da parte de Deus em curar-nos, e que isso de forma alguma altera o seu caráter de Pai amoroso e Deus fiel. (Jo 16.33; 1 Tm 5.23)

12 – Entendemos que a prosperidade financeira pode ser uma benção na vida de um cristão, mas que isso não é uma regra. Deus não tem nenhum compromisso de enriquecer e fazer prosperar um cristão. (Fp 4.10-12)

13 – Reconhecemos que somos peregrinos nesta terra. Não temos, portanto, ambições materiais de conquistar esta terra, pois “nossa pátria está nos céus, de onde aguardamos a vinda do nosso salvador, Jesus Cristo”. (1 Pe 2.11)

14 – Nossas petições devem sempre sujeitar-se à vontade de Deus. “Determinar”, “reivindicar”, “ordenar” e outros verbos autoritários não encontram eco nas Escrituras Sagradas. (Lc 22.42)

15 – Afirmamos que a frase “Pare de sofrer”, exposta em muitas igrejas, não reflete a verdade bíblica. Em toda a Palavra de Deus fica clara a idéia de que o cristão passa por sofrimentos, às vezes cruéis, mas ele nunca está sozinho em seu sofrer. (Rm 8.35-37)

16 – Reafirmamos que, nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, sendo os mesmos livres de quaisquer maldições passadas, conhecidas ou não, pelo poder da cruz e do sangue de Cristo, que nos livra de todo o pecado e encerra em si mesmo toda a maldição que antes estava sobre nós. (Rm 8.1)

17 – Entendemos que a natureza criada participa das dores, angústias e conseqüências da queda do homem, e que aguarda com ardente expectativa a manifestação dos filhos de Deus. O que não significa que nós, cristãos, tenhamos que ser negligentes com a natureza e o meio-ambiente, uma vez que Deus não apenas criou tudo, mas também “viu que era bom” (Rm 8.19-23; Gn 1.31)

18 – Reconhecemos a suficiência e plenitude da graça de Cristo, não necessitando assim, de quaisquer sacrifícios ou barganhas para se alcançar a salvação e favores de Deus. (Ef 2.8-9)

19 – Reconhecemos também a suficiência da graça em TODOS os aspectos da vida cristã, dizendo com isso que não há nada que possamos fazer para “merecermos” a atenção de Deus. (Rm 3.23; 2 Co 12.9)

20 – Que nossos cultos sejam mais revestidos de elementos de nossa cultura. Que a brasilidade latente em nossas veias também sirva como elemento de adoração e liturgia ao nosso Deus. (1 Co 7.20)

21 – Que entendamos que vivemos num “país tropical, abençoado por Deus, e bonito por natureza”. Portanto, que não seja mais “obrigatório” aos pastores e líderes o uso de trajes mais adequados ao clima frio ou extremamente formais. Que celebremos nossa tropicalidade com graça e alegria diante de Deus e dos homens. (1 Co 9.19-23)

22 – Que nossa liturgia seja leve, alegre, espontânea, vibrante, como é o povo brasileiro. Que haja brilho nos olhos daqueles que se reúnem para adorar e ouvir da Palavra e que Deus se alegre de nosso modo brasileiro de cultuá-LO. (Salmo 100)

23 – Que as igrejas entendam que Deus pode ser adorado em qualquer ritmo, e que a igreja brasileira seja despertada para a riqueza dos vários sons e ritmos brasileiros e entenda que Deus pode ser louvado através de um baião, xote, milonga, frevo, samba, etc… Da mesma forma, rejeitamos o preconceito, na verdade um racismo velado, contra instrumentos e danças de origem africana, como se estes, por si só, fossem intrinsecamente ligados a alguma forma de feitiçaria. (Sl 150)

24 – Que retornemos ao princípio bíblico, vivido pela igreja chamada primitiva, de que “ninguém considerava exclusivamente sua nem uma das coisas que possuía; tudo, porém, lhes era comum.” (At 4.32)

25 – Que não condenemos nenhum irmão por ter caído em pecado, ou por seu passado. Antes, seguindo a Palavra, corrijamos a ovelha ferida com espírito de brandura, guardando-nos para que não sejamos também tentados. O que não significa, por outro lado, conivência com o pecado praticado de forma contumaz .(Gl 6.1; 1 Co 5)

26 – Que ninguém seja culpado por duvidar de algo. Que haja espaço em nosso meio para dúvidas e questionamentos. Que ninguém seja recriminado por “falta de fé”. Que haja maturidade para acolher o fraco e sabedoria para ensiná-lo na Palavra. A fé vem pelo ouvir, e o ouvir da Palavra de Deus. (Rm 14.1; Rm 10.17)

27 – Que a igreja reconheça que são as portas do inferno que não prevalecerão contra ela e não a igreja que tem que se defender do “exército inimigo”. Que essa consciência nos leve à prática da fé e do amor, e que isso carregue consigo o avançar do Reino de Deus sobre a terra. (Mt 16.18)

28 – Cremos na plena ação do Espírito Santo, mas reconhecemos que em muitas situações e igrejas, há enganos em torno do ensino sobre dons e abusos em suas manifestações. (Hb 13.8; 1 Co 12.1)

29 – Que nossas estatísticas sejam mais realistas e não utilizadas para, mentindo, “disputarmos” quais são as maiores igrejas; o Reino é bem maior que essas futilidades. (Lc 22.24-26)

30 – Que os neófitos sejam tratados com carinho, ensinados no caminho, e não expostos aos púlpitos e à “fama” antes de estarem amadurecidos na fé, para que não se ensoberbeçam e caiam nas ciladas do diabo. (1 Tm 3.6)

31 – Que saibamos valorizar a nossa história, certos de que homens e mulheres deram suas vidas para que o Evangelho chegasse até nós. (Hb 12.1-2)

32 – Que sejamos conhecidos não por nossas roupas ou por nossos jargões lingüísticos, mas por nossa ética e amor para com todos os homens, refletindo assim, a luz de Cristo para todos os povos. (Mt 5.16)

33 – Que arda sempre em nosso peito o desejo de ver Cristo conhecido em todas as culturas, raças, tribos, línguas e nações. Que missões seja algo sempre inerente ao próprio ser do cristão, obedecendo assim à grande comissão que Jesus nos outorgou. (Mt 28.18-20)

34 – Reconhecemos que muitas igrejas chamam de pecado aquilo que a Bíblia nunca chamou de pecado. (Lc 11.46)

35 – A participação de cristãos e pastores em entidades e sociedades secretas é perniciosa e degradante para a simplicidade e pureza do evangelho. Não entendemos como líderes que dizem servir ao Deus vivo sujeitam-se à juramentos que vão de encontro à Palavra de Deus, colocando-se em comunhão espiritual com não cristãos declarando-se irmãos, aceitando outros deuses como verdadeiros. (Lv 5.4-6,10; Ef 5.11-12; 2 Co 6.14)

36 – Rejeitamos a idéia do messianismo político, que afirma que o Brasil só será transformado quando um “justo” (que na linguagem das igrejas significa um membro de igreja evangélica) dominar sobre esta terra. O papel de transformação da sociedade, pelos princípios cristãos, cabe à Igreja e não ao Estado. O Reino de Deus não é deste mundo, e lamentamos a manipulação e ambição de alguns líderes evangélicos pelo poder terreal. (Jo 18.36)

37 – Que os púlpitos não sejam transformados em palanques eleitorais em épocas de eleição. Que nenhum pastor induza o seu rebanho a votar neste ou naquele candidato por ser de sua preferência ou interesse pessoal. Que haja liberdade de pensamento e ideologia política entre o rebanho. (Gl 1.10)

38 – Que as igrejas recusem ajuda financeira ou estrutural de políticos em épocas de campanha política a fim de zelarem pela coerência e liberdade do Evangelho. (Ez 13.19)

39 – Que os membros das igrejas cobrem esta atitude honrada de seus líderes. Caso contrário, rejeitem a recomendação perniciosa de sua liderança. (Gl 2.11)

40 – Negamos, veementemente, no âmbito político, qualquer entidade que se diga porta-voz dos evangélicos. Nós, cristãos evangélicos, somos livres em nossas ideologias políticas, não tendo nenhuma obrigação com qualquer partido político ou organização que se passe por nossos representantes. (Mt 22.21)

41 – O versículo bíblico “Feliz a nação cujo Deus é o Senhor” não deve ser interpretado sob olhares políticos como “Feliz a nação cujo presidente é evangélico” e nem utilizado para favorecer candidatos que se arroguem como cristãos. (Sl 144.15)

42 – Repugnamos veementemente os chamados “showmícios” com artistas evangélicos. Entendemos ser uma afronta ao verdadeiro sentido do louvor a participação desses músicos entoando hinos de “louvor a Deus” para angariarem votos para seus candidatos. (Ex 20.7)

43 – Cremos que o Reino também se manifesta na Igreja, mas é maior que ela. Deus não está preso às paredes de uma religião. O Espírito de Deus tem total liberdade para se manifestar onde quiser, independente de nossas vontades. (At 7.48-49)

44 – Nenhum pastor, bispo ou apóstolo (ou qualquer denominação que se dê ao líder da igreja local) é inquestionável. Tudo deve ser conferido conforme as Escrituras. Nenhum homem possui a “patente” de Deus para as suas próprias palavras. Portanto, estamos livres para, com base nas Escrituras, questionarmos qualquer palavra que não esteja de acordo com as mesmas. (At 17.11)

45 – Ninguém deve ser julgado por sua roupa, maquiagem ou estilo. As opiniões pessoais de pastores e líderes quanto ao vestuário e estilo pessoal não devem ser tomadas como Palavras de Deus e são passíveis de questionamentos. Mas que essa liberdade pessoal seja exercida como servos de Cristo, com sabedoria e equilíbrio. (Rm 14.22)

46 – Que nenhum pastor, bispo ou apóstolo se utilize do versículo bíblico “não toqueis no meu ungido”, retirando-o do contexto, para tornarem-se inquestionáveis e isentos de responsabilidade por aquilo que falam e fazem no comando de suas igrejas. (Ez 34.2; 1 Cr 16.22)

47 – Que ninguém seja ameaçado por seus líderes de “perder a salvação” por questionarem seus métodos, palavras e interpretações. Que essas pessoas descansem na graça de Deus, cientes de que, uma vez salvas pela graça estão guardadas sob a égide do sangue do cordeiro, de cujas mãos, conforme Ele mesmo nos afirma, nenhuma ovelha escapará. (Jo 10.28-29)

48 – Que estejamos cada vez mais certos de que Deus não habita em templos feitos por mãos de homens. Que a febre de erguermos “palácios” para Deus dê lugar à simplicidade e humildade do bebê que nasce na manjedoura, e nem por isso, deixa de ser Rei do Universo. (At 7.48-50)

49 – Que nenhum movimento, modelo, ou “pacote” eclesiástico seja aceito como o ÚNICO vindo de Deus, e nem recebido como a “solução” para o crescimento da igreja. Cremos que é Deus quem dá o crescimento natural a uma igreja que se coloca sob Sua Palavra e autoridade. (At 2.47; 1 Co 3.6)

50 – Que nenhum grupo religioso julgue-se superior a outro pelo NÚMERO de pessoas que aderem ao seu “mover”. Nem sempre crescimento numérico representa crescimento sadio. (Gl 6.3)

51 – Que a idolatria evangélica para com pastores, apóstolos, bispos, cantores, seja banida de nosso meio como um câncer é extirpado para haver cura do corpo. Que a existência de fã-clubes e a “tietagem” evangélica sejam vistos como uma afronta e como tentativa de se dividir a glória de Deus com outras pessoas. (Is 42.8; At 10.25-26)

52 – Reafirmamos que o véu, que fazia separação entre o povo e o lugar santo, foi rasgado de alto a baixo quando da morte de Cristo. TODO cristão tem livre acesso a Deus pelo sangue de Cristo, não necessitando da mediação de quem quer que seja. (Hb 4.16; 2 Tm 2.15)

53 – Que os pastores, bispos e apóstolos arrependam-se de utilizarem-se de argumentos fúteis para justificarem suas vidas regaladas. Carro importado do ano, casa nova e prosperidade financeira não devem servir de parâmetros para saber se um ministério é ou não abençoado. Que todos nós aprendamos mais da simplicidade de Cristo. (Mt 8.20)

54 – Não reconhecemos a autoridade de bispos, apóstolos e líderes que profetizam a respeito de datas para a volta de Cristo. Ninguém tem autoridade para falar, em nome de Deus, sobre este assunto. (Mc 13.32)

55 – “O profeta que tiver um sonho, conte-o como sonho. Mas aquele a quem for dado a Palavra de Deus, que pregue a Palavra de Deus.” Que sejamos sábios para não misturar as coisas. E as profecias, ainda que não devam ser desprezadas, devem ser julgadas, retendo o que é bom e descartando toda forma de mal. (Jr 23.28; 1 Ts 5.20-22)

56 – Que o ministério pastoral seja reconhecidamente um dom, e não um título a ser perseguido. Que aqueles que exercem o ministério, sejam homens ou mulheres, o exerçam segundo suas forças, com todo o seu coração e entendimento, buscando sempre servir a Deus e aos homens, sendo realmente ministros de Deus. (1 Tm 3.1; Rm 12.7)

57 – Que os cânticos e hinos sejam mais centralizados na pessoa de Deus no que na primeira pessoa do singular (EU). (Jo 3.30)

58 – Que ninguém seja obrigado a levantar as mãos, fechar os olhos, dizer alguma coisa para o irmão do lado, pular, dançar… mas que haja liberdade no louvor tanto para fazer essas coisas como para não fazer. E que ninguém seja julgado por isso. (2 Co 3.17)

59 – Que as nossas crianças vivam como crianças e não sejam obrigadas a se tornarem como nós, adultos, violentando a sua infância e fazendo com que se tornem “estrelas” do evangelho ou mesmo “produtos” a serem utilizados por aduladores e pastores que visam, antes de tudo, lotarem seus templos com “atrações” curiosas, como “a menor pregadora do mundo”, etc… (Lc 18.16; 1 Tm 3.6)

60 – Que as “Marchas para Jesus” sejam realmente para Jesus, e não para promover igrejas que estão sob suspeita e líderes questionáveis. Muito menos para promover políticos e aproveitadores desses mega-eventos evangélicos. (1 Co 10.31)

61 – Nenhuma igreja ou instituição se julgue detentora da salvação. Cristo está acima de toda religião e de toda instituição religiosa. O Espírito é livre e sopra onde quer. Até mesmo fora dos arraiais “cristãos”. (At 4.12; Jo 3.8)

62 – Que as livrarias ditas “cristãs” sejam realmente cristãs e não ajudem a proliferar literaturas que deturpam a palavra de Deus e que valorizam mais a experiência de algumas pessoas do que o verdadeiro ensino da Palavra. (Mq 3.11; Gl 1.8-9)

63 – Cremos que “declarações mágicas” como “O Brasil é do Senhor Jesus” e outras equivalentes não surtem efeito algum nas regiões celestiais e servem como fator alienante e fuga das responsabilidades sociais e evangelísticas realmente eficazes na propagação do Evangelho. (Tg 2.15-16)

64 – Consideramos uma afronta ao Evangelho as novas unções como “unção dos 4 seres viventes”, “unção do riso”, etc… pois além de não possuírem NENHUM respaldo bíblico ainda expõem as pessoas a situações degradantes e constrangedoras. (2 Tm 4.1-4)

65 – Cremos, firmemente, que todo cristão genuíno, nascido de novo, já possui a unção que vem de Deus, não necessitando de “novas unções”. (1 Jo 2.20,27)

66 – Lamentamos a transformação do culto público a Deus em momentos de puro entretenimento “gospel”, com a presença de animadores de auditório e pastores que, vazios da Palavra, enchem o povo de bobagens e frases de efeito que nada tem a ver com a simplicidade e profundidade do Evangelho de Cristo. (Rm 12.1-2)

67 – É necessário uma leitura equilibrada do livro de Cantares de Salomão. A poesia, muitas vezes erótica e sensual do livro tem sido de forma abusiva e descontextualizada atribuída a Cristo e à igreja. (Ct 1.1)

68 – Não consideramos qualquer instrumento, seja de que origem for, mais santo que outros. Instrumentos judaicos, como o shophar, não têm poderes sobrenaturais e nem são os instrumentos “preferidos” de Deus. Muitas igrejas têm feito do shophar “O” instrumento, dizendo que é ordem de Deus que se toque o shophar para convocar o povo à guerra. Repugnamos essa idéia e reafirmamos a soberania de Deus sobre todos os instrumentos musicais. (Sl 150)

69 – Rejeitamos a idéia de que Deus tem levantado o Brasil como o novo “Israel” para abençoar todos os povos. Essa idéia surge de mentes centralizadoras e corações desejosos de serem o centro da voz de Deus na Terra. O SENHOR reina sobre toda a Terra e ama a todos os povos com Seu grande amor incondicional. (Jo 3.16)

70 – Lamentamos o estímulo e o uso de “amuletos” cristãos como “água do rio Jordão”, “areia de Israel” e outros que transformam a fé cristã numa fé animista e necessitada de “catalisadores” do poder de Deus. (Hb 11.1)

71 – Que o profeta que “profetizar” algo e isso não se cumprir, seja reconhecido como falso profeta, segundo as Escrituras. (Ez 13.9; Dt 18.22)

72 – Rejeitamos as músicas que consistem de repetições infindáveis, a fim de levar o povo ao êxtase induzido, fragilizando a mente de receber a Palavra e prestar a Deus culto racional, conforme as Escrituras. (Rm 12.1-2; 1 Co 14.15)

73 – Deixemos de lado a busca desenfreada de títulos e funções do Antigo Testamento, como levitas, gaditas, etc… Tudo se fez novo em Cristo Jesus, onde TODOS nós fomos feitos geração eleita, sacerdócio real, nação santa e povo adquirido. Da mesma forma, rejeitamos a sacralização da cultura judaica, como se esta fosse mais santa que a brasileira ou do que qualquer outra. Que então os ministros e dirigentes de música sejam simplesmente ministros e dirigentes de música, exercendo talentos e dons que Deus livremente distribuiu em Sua igreja, não criando uma “classe superior” de “levitas”, até porque os mesmos já não existem entre nós. (Rm 12.3-5; 1 Pe 2.9)

74 – Que se entenda que tijolos são apenas tijolos, paredes são apenas paredes e prédios são apenas prédios. Que os termos “Casa do Senhor” e “Templo” sejam utilizados somente para fazer menção a pessoas, e nunca a lugares. Que nossos palcos não sejam erroneamente chamados de “altares”, uma vez que deles não emana nenhum “poder” ou “unção” especial. (At 17:24, I Cor 6-19)

75 – Que haja consciência sobre aquilo que se canta. Que sejamos fiéis à Palavra quando diz “cantarei com o meu espírito, mas também cantarei com meu entendimento”. (1 Co 14.15)

76 – Não consideramos que “há poder em nossas palavras” como querem os adeptos dessa teologia da “confissão positiva”. Deus não está sujeito ao que falamos e não serão nossas palavras capazes de trazer maldição ou benção sobre quem quer que seja, se essa não for, antes de tudo, a vontade expressa de Deus através de nossas bocas. (Gl 1.6-7)

77 – Rejeitamos a onda de “atos proféticos” que, sem base e autoridade nas Escrituras, confundem e desvirtuam o sentido da Palavra, ainda comprometendo seriamente a sanidade e a coerência das pessoas envolvidas. (Mt 7.22-23)

78 – Apresentar uma noiva pura e gloriosa, adequadamente vestida para o seu noivo, não consiste em “restaurar a adoração” ou apresentar a Deus uma falsa santidade, mas em fazer as obras que Jesus fez — cuidar dos enfermos e quebrantados de coração, pregar o evangelho aos humildes, e viver a cada respirar a vontade de Deus revelada na Sua palavra — deixando para trás o pecado, deixando para trás o velho homem, e nos revestindo no novo (Tg 1.27)

79 – Discordamos dos “restauradores das coisas perdidas” por não perceberem a mão de Deus na história, sempre mantendo um remanescente fiel à Palavra e ao Testemunho. Dizer que Deus está “restaurando a adoração”, “restaurando o ministério profético”, etc… é desprezar o sangue dos mártires, o testemunho dos fiéis e a adoração prestada a Deus durante todos esses séculos. (Hb 12.1-2)

80 – Lamentamos a transformação da fé cristã em shows e mega-eventos que somos obrigados a assistir nas TVs, onde a figura humana e as ênfases nos “milagres” e produtos da fé sobrepujam as Escrituras e a pregação sadia da Palavra de Deus. (Jo 3.30)

81 – Deus não nos chamou para sermos “leões que rugem”, mas fomos considerados como ovelhas levadas ao matadouro, por amor a Deus. Mas ainda assim, somos mais que vencedores por Aquele que nos amou. (Lc 10.3; Rm 8.36)

82 – Entendemos como abusivas as cobranças de “cachês” para “testemunhos”. Que fique bem claro que aquilo que é recebido de graça, deve ser dado de graça, pois nos cabe a obrigação de pregar o evangelho. (Mt 10.8)

83 – Que movimentos como “dança profética”, “louvor profético” e outros “moveres proféticos” sejam analisados sinceramente segundo as Escrituras e, por conseqüência, deixados de lado pelo povo que se chama pelo nome do Senhor. (2 Tm 4.3-4)

84 – Que a cruz de Cristo, e não o seu trono, seja o centro de nossa pregação! (1 Co 2.2)

85 – Reafirmamos que, quaisquer que sejam as ofertas e dízimos, que sejam entregues por pura gratidão, e com alegria. Que nunca sejam dados por obrigação e nem entregues como troca de bênçãos para com Deus. Muito menos sejam dados como fruto do medo do castigo de Deus ou de seus líderes. Deus ama ao que dá com alegria! (2 Co 9.7)

86 – Que a igreja volte-se para os problemas sociais à sua volta, reconheça sua passividade e volte à prática das boas obras, não como fator para a salvação, mas como reflexo da graça que se manifesta de forma visível e encarnada. “Pois tive fome… e me destes de comer…” (Mt 25.31-46; Tg 2.14-18; Tg 1.27)

87 – Cremos, conforme a Palavra que há UM SÓ MEDIADOR entre Deus e os homens – Jesus Cristo. Nenhuma igreja local, ou seu líder, podem arrogar para si o direito de mediar a comunhão dos homens e Deus. (1 Tm 2.5)

88 – Lamentamos o comércio que em que se transformou a música evangélica brasileira. Infelizmente impera, por exemplo, a “máfia” das rádios evangélicas, que só tocam os artistas de suas respectivas gravadoras, alienam o nosso povo através da massificação dos “louvores” comerciais, e não dão espaço para tanta gente boa que há em nosso meio, com compromisso de qualidade musical e conteúdo poético, lingüístico e, principalmente, bíblico. (Mc 11.15-17)

89 – Que os pastores ajudem a diminuir a indústria de testemunhos e a “máfia” das gravadoras evangélicas. Que valorizem a simples pregação da Palavra ao invés do espetáculo “gospel” a fim de terem igrejas “lotadas” para ouvirem as “atrações” da fé. Da mesma forma, rejeitamos o triunfalismo e o ufanismo no qual se transformou a música evangélica atual, que só fala em ‘vitória’, ‘poder’ e ‘unção’ mas se esqueceu de coisas muito mais fundamentais como ‘graça’, ‘misericórdia’ e ‘perdão’. (1 Pe 5.2)

90 – Que sejamos livres para “examinarmos tudo e retermos o que é bom” , sem que líderes manipuladores tentem impor seus preconceitos, principalmente na forma de intimidações. Que nenhum líder use o jargão “Deus me falou” como forma de amedrontar qualquer um que ousar questionar suas idéias. (1 Ts 5.21)

Jose Eduardo Nepomuceno escreveu isto como resposta num blog que propagava o ódio aos evangélicos. Mas Jesus continua amando e buscando os perdidos. Achei bom e postei aqui. Deus ama catolicos, evangelicos, espiritas, budistas, etc. Todos precisam dele, mas nós evangélicos temos o provilégio de termos sido alcancados pelo Evangelho e podermos vive-lo e anuncia-lo.

2Co 5:15 e ele morreu por todos, para que os que vivem não vivam mais para si, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou.

sábado, 5 de setembro de 2009

Espelho, Espelho Meu: Que Tipo de Homem sou Eu?


"Hombridade e semelhança a Cristo são sinônimos” (Edwin Louis Cole)

Afinal, o que é ser homem?

Desde 1990, no Brasil, existe uma discussão acerca da crise de masculinidade, a exemplo do que aconteceu em outros países do mundo, em décadas anteriores. Nesse contexto, variadas questões tem sido suscitadas por sociólogos, antropólogos e psicólogos, tais como: qual o perfil do homem moderno? Que papel ele deve desempenhar na família? Qual a sua relevância na sociedade?

Na verdade, as últimas décadas do século XX não foram fáceis para os homens. Com o avanço do feminismo, a partir da década de 1960, somado as profundas transformações globais, sobretudo no campo econômico-social, o “poder” dos homens diminuiu consideravelmente. Mulheres do século XXI podem, simplesmente, optar em não ter um em casa afinal, elas estudam, trabalham e produzem tanto ou mais do que eles.

Por outro lado e, diferentemente do que alguns possam pensar, não foram às conquistas femininas que desencadearam a dita crise de identidade, mas, indubitavelmente, o que a tornou visível. Para Nolasco, esse problema está associado a valores sociais que transcendem, e em muito, a dimensão do indivíduo. Por isso, o “homem” dos nossos dias está em busca de se diferenciar do padrão de masculinidade que foi socialmente para ele estabelecido.

De fato, o estereótipo do machão, baseado no trinômio força, poder e virilidade, está em declínio absoluto. Aquele ser insensível, vingativo, arrogante, cínico, exibicionista, voltado para a ação em detrimento dos sentimentos e incapaz de controlar seus desejos, está completamente desajustado às demandas modernas.

Segundo Goldenberg, o modelo do “homem” machão está mesmo em crise, mas poderá sobreviver ainda que coexistindo com outras formas de se ser ”homem”. Foi nesse ponto que minha curiosidade se aguçou e me veio o desejo de conhecer que outras formas são essas. Fui pesquisar...

Para quem não está satisfeito em ser um “homem” do tipo machão, poderá escolher ser um metrossexual. Trata-se de um empreendedor que vive nas grandes cidades e se preocupa com seu aspecto visual. Segundo os especialistas, o metrossexual vai assiduamente ao cabeleireiro, onde trata o cabelo com banho de óleo, xampus especiais e chapinhas, faz bronzeamento artificial, freqüenta clínicas de embelezamento, para hidratamento da pele e depila-se. Malhação, através de academias de ginástica, também é outro item indispensável.

Se este tipo de “homem” não satisfaz, pode-se ainda tentar ser um übersexual. De acordo com as últimas pesquisas, são estes que hoje fazem mais sucesso entre as “mulheres”. O Urban Dictionary, que reúne expressões e termos coloquiais, afirma que "über" significa "acima" em alemão, e seu equivalente em inglês seria "super". Contudo, o übersexual não é uma máquina de sexo. Ele na verdade está mais preocupado em resgatar aquela masculinidade que foi perdida, mas sem se voltar ao primitivismo dos machões.

O übersexual é aquele que confia em si mesmo sem se tornar detestável. Ele possui um aspecto masculino e um estilo próprio, pois está determinado a alcançar altos níveis de qualidade em sua vida. Esse “homem do futuro” é apaixonado por seus interesses e tem seus sentidos abertos aos estímulos que recebe. Entretanto, ele não representa uma mudança drástica em relação ao metrossexual, uma vez que também se preocupa com a imagem pessoal e, por isso, vai às compras, sem, todavia, ser narcisista e egocêntrico.

Quero parar aqui para lhe fazer, caso você seja homem, uma proposição – pergunte-se: espelho, espelho meu, que tipo de homem sou eu? Um machão, antiquado e primitivo? Um metrossexual, preocupado com a aparência e a performance? Ou, quem sabe, um übersexual, sensível, mas sem descuidar do corpão?

Fugindo do espírito crítico sobre qualquer das opções que os homens desejem fazer para as suas próprias vidas, quero, todavia, apresentar-lhe mais uma alternativa. Adianto, entretanto, que ela não está na moda, e vai requerer padrões bem diferentes dos acima expostos. Todavia, para mim, é a única que pode nos levar a experimentar, na dimensão correta, aquilo que Deus planejou para a vida dos homens na terra.

“a fim de que o HOMEM DE DEUS seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra." 1ª. Tm. 3:17.

Permita-me mostrar-lhe algumas das características mais marcantes deste tipo de homem. Homens de Deus falam pouco, não pelo fato de não ter o que dizer, mas porque desenvolveram o precioso dom de saber ouvir. Quem aprende sobre o silêncio já nem precisa de palavras para se fazer entender, ou mesmo para se expressar.

Homens de Deus são mansos, mesmo indo contra a natureza própria dos machos, que é ser vigoroso. Ao invés de buscar delimitar espaços, firmar posições ou estabelecer valores, aquietam-se e esperam pacientemente a ação de Deus. Essa dependência, vamos e convenhamos, é desconcertante. Levá-los a ira ou tirá-los do sério é algo impossível. Eles são capazes de ser ofendidos sem revidar. Em discussões, buscam o apaziguamento e em momentos de tensão, se mantém serenos.

Mesmo que não pareça a primeira vista, Homens de Deus são contagiantes. Eles brilham por onde passam. Facilmente você reconhecerá um quando o vir, não por causa de sua roupa extravagante, ou de seu corte de cabelo-última-moda. Não será por causa de seu físico avantajado, e nem mesmo pelo seu bronze de verão. Na verdade, é a sua discrição que acaba por acentuá-los além do banal e corriqueiro. Eles destilam compaixão, possuem olhos cheios de esperança, são dotados de gestos de misericórdia e tem o coração cheio de amor e gratidão.

Tenho observado que os homens de Deus fazem coisas inacreditáveis e, não raras vezes, até absurdas. Dificilmente você os verá defendendo suas convicções pessoais. Eles abrem mão de ganhar uma discussão com vistas a poder ganhar a pessoa. Creiam-me, homens de Deus são especialistas em ceder os seus direitos a outros e, mesmo que isto pareça surpreendente, dizem viver melhor assim.

Chama-me a atenção o fato de que os Homens de Deus estão sempre em busca de reconhecer os seus erros. Eles esquadrinham e averiguam os seus próprios caminhos. Por isso, não se surpreenda se eles lhe procurarem para lhe pedir perdão numa questão em que você jamais teve qualquer razão. É que os homens de Deus são humildes e, para eles, viver em paz com as pessoas e com sua própria consciência é mais importante do que o tolo prazer que há nas pseudo-vitórias em mesquinhas demandas. Ademais, eles entendem que a responsabilidade pelo restabelecimento de vínculos afetivos está sempre sobre aqueles que são mais maduros ou estão em posição de maior autoridade.

Mesmo contra toda lógica humana, homens de Deus buscam aprender o valor que há na perda, no abandono e na desistência. Isto acontece porque eles constataram que este é o caminho mais curto para uma vida simples, cheia de graça e paz. Por isso, da dor, tiram força; das tragédias, ensinamentos; dos problemas, experiências. Homens de Deus são frágeis como vasos de barro, moldáveis nas mãos do oleiro. Eles são dóceis como crianças e leves como a brisa de fim de tarde.

Num mundo sem heróis, sem referências, sem moral, ou ética, homens de Deus são verdadeiros oásis no deserto. Você certamente discernirá Jesus olhando para eles. Por isso, não se surpreenda se desejar imitá-los, pois eles imitam ao Senhor e são, sem dúvida alguma, Sua expressão mais fiel entre os humanos caídos.

Homens de Deus estão longe de ser politicamente corretos, pois, para eles, o que interessa é a verdade. Sim, eu sei, a verdade tem um custo, é bem verdade, mas, para eles, não custa nada falar a verdade. Ela é como um perfume bom, que inebria todo ambiente; é como o sol ao meio dia ou chama que não se extingue. Homens de Deus optam por falar a verdade porque entenderam que a mentira é pecado próprio apenas quando se é criança.

Homens de Deus são apropriados para as mulheres, pois, de fato, elas estão fartas dos machos. Estes, tragicamente, tornaram-se seres insensíveis, insípidos e até insalubres. Machos tendem a se tornar machões, e os machões, invariavelmente, não passam de crianças. Mulheres gostam de crianças, mas, em se tratando de conjugalidade, preferem homens. Também tenho dúvidas se os metrossexuais ou os übersexuais poderão satisfazê-las. Minha percepção é que eles fazem muito sucesso com adolescentes, mas, em se tratando de mulheres de verdade, acho pouco provável.

Homens de Deus são sacerdotes do lar e não apenas seus provedores ou financistas. Eles olham para a esposa como a parte mais nobre, mais digna, e que precisa de mais atenção. Mulheres casadas com homens de Deus verão que eles vão se aprimorando a cada ano, pois quanto mais velhos ficam, melhores se tornam, e isso acontece porque, com o tempo, mostram-se mais sensíveis e atentos às suas necessidades.

Homens de Deus são incapazes de tratar uma mulher com rispidez ou desonrá-la em qualquer circunstância, seja por uma crítica mordaz, ou mesmo em relações extra-conjugais. Digo com certeza: mulheres casadas com homens de Deus são as mais felizes e seguras que existem. Elas não temem os cabelos brancos, rugas ou celulites. E Sabe por quê? Compreenderam que são amadas por aquilo que são, e não por aquilo que os cosméticos ou a plástica as faz parecer ser. Descobriram que o que prende o coração de um homem de Deus é o conteúdo, e não o invólucro.

Homens de Deus são assim porque eles são cheios de Deus! São construtores de altares, nos quais derramam a própria vida para alegrar aquEle que dá sentido e significado ao fato deles existirem. São habitantes de tendas, e por isso podem mudar facilmente de um lugar para outro, conforme o sopro suave e bendito do Espírito Santo.

Ah, que falta faz, nessa sociedade que vivemos, homens de Deus. Confesso que gostaria de vê-los aos milhares, sobretudo nestes dias onde os "machos" apenas se satisfazem em seguir scripts. Com mais de quarenta anos, creio já ter me tornado um homem. Minha oração, entretanto, é que o Espírito Santo vá produzindo em mim, mesmo que lentamente, princípios e valores que me permitam, um dia, chegar a ser um homem de Deus.

Sola Gratia!

Carlos Moreira

Fonte: a nova Cristandade via Hermes C. Fernandes

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Já vivemos em meio à Reforma e ao Avivamento!

“E, eis que cedo venho, e o meu galardão está comigo, para dar a cada um segundo a sua obra. Eu sou o Alfa e o Omega, o princípio e o fim, o primeiro e o derradeiro. Bem-aventurados aqueles que guardam os seus mandamentos, para que tenham direito à árvore da vida, e possam entrar na cidade pelas portas. Ficarão de fora os cães e os feiticeiros, e os que se prostituem, e os homicidas, e os idólatras, e qualquer que ama e comete a mentira. Eu, Jesus, enviei o meu anjo, para vos testificar estas coisas nas igrejas. Eu sou a raiz e a geração de Davi, a resplandecente estrela da manhã. E o Espírito e a esposa dizem: Vem. E quem ouve, diga: Vem. E quem tem sede, venha; e quem quiser, tome de graça da água da vida.” – Ap 22.12-17

Quando comecei a escrever este blog era mais um desabafo particular. Estava desde novembro do ano passado sem igreja, tentava com meu marido voltar, mas não conseguia. Embora soubesse dos problemas das igrejas, temia estar em rebelião ou apostatando aos poucos da fé.

Será que eu era uma mulher de dissenções? Será que meu coração era tão ruim que eu só via os defeitos e me esquecia das qualidades (pois por pior e mais corrupta que seja a igreja, sempre tem os testemunhos de cura e libertação)? Será que a igreja é assim mesmo, afinal é feita por homens e portanto sujeita a ser tão falha quanto eles? Será que o melhor não seria eu fechar os olhos para tudo e apenas ir no templo e cantar, orar, ouvir a pregação e depois ir embora, mas pelo menos na certeza de que estava fazendo a vontade de Deus ao congregar com os irmãos?

Mas será que, para Deus, congregar é apenas dizer “a paz do Senhor” no final do culto? Será que, para Deus, o apenas estar numa igreja para aplacar a culpa não signifique nada, afinal ele não olha para a aparência, mas sim para o coração? Será que, para Deus, ser contra um sistema corrupto não é se rebelar ou apostatar, mas buscar ser carvalhos de justiça?

Essa confusão toda era minha mente. Deixei de buscar uma igreja e passei a escrever neste blog. Eu e meu marido (que também tem um blog), éramos sozinhos no mundo, e como amamos escrever passamos a registrar nossos anseios e insatisfações em relação à Igreja de Cristo, na esperança de que houvesse mais alguém com a mesma visão. Se não houvesse mais ninguém, com certeza ou seríamos loucos, ou seríamos mesmo rebeldes, ou seríamos super-cristãos. Como não voamos ou atravessamos paredes, a idéia dos super-cristãos foi deixada de lado, e as duas alternativas que restaram não eram muito alentadoras.

Começamos a escrever e, até por conta disso, a pesquisar mais sobre o assunto na internet. Qual não foi nossa surpresa quando descobrimos que não estávamos sós! É como a história do náufrago que passa anos isolado numa ilha, mas um dia resolve desprezar o medo do desconhecido e dá uma volta pelo local, e encontra, ali pertinho, uma civilização. De repente, vimos que não apenas nós estávamos revoltados, ansiando por uma nova Reforma. Esse é o anseio de muitos de nós.

Para completar, essa semana pude ler o artigo da Revista Enfoque de 2007, que aborda o crescimento dos crentes “sem-igreja”. Segundo a reportagem, os “sem-igreja” estão crescendo mais do que os “com-igreja”, por conta de tantos escândalos e tantas heresias que muitas vezes são pregadas. Os “sem-igreja” não apostataram da fé, apenas não se conformam com o modelo atual das instituições e buscam uma volta à pregação pura e simples do Evangelho, como era nos primeiros tempos.
Ufa! Agora com toda certeza não estamos sós!!!

E aí é que entra a afirmação-título desta mensagem: já vivemos em meio à Reforma da igreja e ao avivamento tão ansiado! Sim, pois a Reforma e o avivamento ocorrem quando muitos, em muitas partes, mesmo sem se conhecerem são tocados de forma especial, e buscam, cada um à sua maneira, o restabelecimento da sã doutrina. Uns o farão dentro de suas denominações e serão taxados de rebeldes, hipócritas, e até poderão ser expulsos; outros, em suas denominações, serão acolhidos e tudo será restaurado, assim como Jonas foi voz profética em Nínive; outros criarão outras comunidades cristãs, primando pelo respeito a Deus e às Escrituras; outros continuarão militando fora das igrejas, em meio aos parentes, amigos, através da internet, ligando para rádios gospel, etc.

Porém, mesmo que descoordenado, pois nessa nova Reforma não há um só Lutero (afinal, também não temos um só “papa” a quem nos dirigir, e de qualquer forma, naquela época, eram muitos movimentos reformadores também), o movimento está unificado no desejo de se voltar à Cristo. Sim, pois a igreja atual está igualzinha à igreja antes da Reforma de 1517:

- Temos a idolatria (não a imagens de santos, mas à imagem de pastores, bispos, apóstolos, cantores gospel, “visões de Deus”, etc);
- Temos a venda de indulgências (não vendemos os restos mortais dos santos, que tinham poder de diminuir a permanência no purgatório, mas vendemos sabonetes ungidos, rosa ungida, óleo para espantar demônio, etc);
- Temos o nicolaísmo (a instituição da hierarquia da igreja, a humanização do poder de Deus, que estava nas mãos do Papa e de seus cléricos; hoje o poder está nos vários “papas” locais: quer cura? É com o pastor fulano. Quer expulsão de demônios? Só o bispo sicrano, o “caçador de demônios”. Quer prosperidade financeira? Tem que dizimar na igreja tal, aquela sim tem a unção de prosperidade. Quer discordar do apóstolo sei-la-quem? Não pode, você estará indo contra um ungido de Deus, alguém a quem Deus deu todo o poder e majestade);
- Temos a simonia (venda de cargos eclesiásticos, de favores divinos e bênçãos – essa é totalmente igual ontem e hoje).

Isso sem contar as várias heresias que vemos hoje em dia, que deixariam a igreja da Idade Média corada de vergonha…

Sim, já vivemos em meio à Reforma e ao avivamento, pois vozes se levantam em várias partes do país e do mundo contra a mercantilização de Deus. Não somos mais ovelhinhas cegas, surdas e mudas: somos, conforme a Palavra de Deus, livres e pensantes. Se Deus quisesse um bando de robozinhos, não teria criado o livre-arbítrio e o mundo não teria virado esse caos. Mas Deus quer que O amemos de própria vontade, e para conseguir isso até permitiu que o caos entrasse no mundo, porém sabendo que alguns de nós jamais nos separaremos Dele independente das circunstâncias.

Temos que também entender que, numa Reforma, a estrutura anterior não é substituída simplesmente. Ela permanece, porém dividindo espaço com uma nova estrutura (senão não seria reforma, e sim reconstrução). Na Reforma de Lutero, a instituição religiosa dominante continuou a existir, abriu mão de algumas heresias como a venda de indulgências, porém continuou com as demais. Da mesma forma hoje, os “papas” locais não sumirão de uma hora para outra, porém terão que dividir espaço com a nova comunidade cristã emergente, com os que têm apenas sede e fome da Palavra pura e simples.

Que Ele nos fortaleça e nos revista pois, como “rebeldes” ao sistema religioso dominante, seremos sim perseguidos, não pelos de fora, mas pelos de dentro das igrejas. Mas Nele somos mais do que vencedores, então está tudo bem.
Aleluias!!!