domingo, 27 de abril de 2008

Para que o mundo creia

Fazem quase trinta anos, mas nunca vou me esquecer.

A Igreja era pastoreada pelo famoso Pastor Jaime Kratz, homem santo - que saudades. Como aprendi com meu pai espiritual, apesar de que só fiquei um ano ali. Lembro-me do seu amor e do seu caráter cristao, das suas histórias e experiencias e ainda depois destes quase trinta anos cantarolo seus canticos e hinos (ele fazia umas traducoes e cantava com o coracao) e as vezes prego usando pedacos de suas antigas mensagens.

Havia um hino que se cantava na Igreja do Nazareno em Campinas, na Avenida Francisco Glicerio. Era 1979, ano em que me converti ao Evangelho.

A letra ainda tagarela na minha mente após 29 anos, como se fosse ontem, embora eu nunca mais tenha ouvido esse hino.


Pai somos gratos
A verdade em Cristo temos
E a mensagem que nos deste a espalhar
Sabemos que em teu nome temos o direito
De nos chegarmos ao teu trono e orar.
E pelo dom da Salvacao
Te somos gratos
E pelo Espirito nós um podemos ser
Oh glorifica Àquele que em nós vive
Deixando o mundo em nós
O amor de Cristo ver.


  • Estas palavras nunca sairam do meu coracao: Glorifica Àquele que em nós vive, quer dizer glorifica a Jesus que em nós vive.
  • Como Jesus pode ser glorificado?
  • Jesus será glorificado, se nós, seus discípulos vivermos em amor e esse amor for visto pelo mundo.


Viver em amor e esse amor ser visto

Lembro-me de uma pregacao do Rev. Caio Fabio em Recife mais ou menos em 1995, sobre o texto de Hebreus

Porque os corpos dos animais, cujo sangue é trazido para dentro do santo lugar pelo sumo sacerdote como oferta pelo pecado, são queimados fora do arraial. Por isso também Jesus, para santificar o povo pelo seu próprio sangue, sofreu fora da porta. Saiamos pois a ele fora do arraial, levando o seu opróbrio. (Heb 13:11-13)

E o pastor explicava como Jesus foi crucificado fora dos muros de Jerusalém, fora do arraial e que nós também devíamos levar a sua vergonha, sofrer com ele, sairmos do nosso mundinho pacato e irmos as ruas levado a mensagem de Cristo.

Eu sempre me senti muito confortável na Igreja. É gostoso estar com os irmaos.
É gostoso ouvir uma boa musica evangelica, cantar, bater palmas, aprender.
Que delicia ouvir a Palavra de Deus, muito embora ela esteja cada vez mais rara.

Uma vez um homem me ameacou na rua - foi pegar um facao (felizmente o Senhor me socorreu e os vizinhos o dissuadiram), mas ele apagou um cigarro no meu rosto (mas gracas a Deus nao senti - nao sei o que Deus fez).

A rua tem tantos perigos, tem os carros passando e poluindo o nosso ar, ladroes que nos ameacam, pessoas que nos confrontam, zombam, ignoram, desprezam.

A Igreja tem os irmaos, musica, ar condicionado - o som é bom - nao é como na rua onde nao nos escutam. E é fácil amar os irmaos.

É dificil amar os incrédulos.

Aí está o desafio?

Ser sal fora do saleiro, sair do arraial, que o mundo possa ver em nós o amor de Cristo - lá fora.

Quando eu morava e Pernambuco tinha uma rede de arrasto de 10 metros e eu e um amigo às vezes passávamos a noite pescando e falando das coisas de Deus.

Nós pegávamos peixes pequenos porque nao nos afastavamos da praia, iamos arrastando a rede (de arrasto) paralelamente a praia e aí retirávamos a mesma.

Eu me lembro que eu olhava com certa inveja para os barcos de pesca que avancavam mar a dentro e cujos peixes eram muito maiores do que os que conseguíamos.

Eu queria pescar assim, mas estava muito ocupado com outras coisas para investir nisso.

No reino de Deus tambem é assim muitas vezes conosco - estamos tao ocupados que nao podemos nos dedicar ao mais importante negocio de todos: pescar almas para Jesus.

E o tempo vai passando, a vida se encurtando e voce tem a nitida sensacao de nao ter feito nada por amor ao Senhor.

É verdade que nessa questao nunca nos sentiremos bem. Ele fez tanto por nós. O que poderíamos fazer para de alguma forma dizer: Pai, sou grato.
Como poderíamos dar a Ele um presente tao grande como o que Ele nos deu?

Nunca - sempre seremos devedores, mas por questao de consciencia, por sentimento de dever, por gratidao, por amor, pelo chamado que Ele nos fez, porque outros fizeram isso e fomos alcancados, saiamos tambem nós fora do arraial, levando o seu opróbrio, sofrendo fora da porta e fazendo o nome do Senhor Jesus exaltado.

Deus abencoe.

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