terça-feira, 18 de agosto de 2009

Cidadania de graça - Rubinho Pirola

Para pensar
  • Porque não temos aqui cidade permanente, mas buscamos a futura. Hebreus13:14
mas enquanto nao vamos para a Jerusalem celestial...


"E procurai a paz da cidade, para onde vos deportei, e orai por ela ao SENHOR; porque na sua paz vós tereis paz." Jr 29:7



Ontem vi a minha Lisboa com outros olhos.

Não como quem passa à procura da vida e não vê as pedras pelo caminho.

Não como quem sonha com um tempo que já se foi, com uma casa que é só um momento na lembrança... algo que ficou para trás. afinal, estou cá.

Esta é a minha cidade.
A minha Jerusalém, a minha Babilónia, para onde fui deportado. E nela estou preso.

Não a que escolhi, ou fui enviado por ordem expressa, mágica, imperativa, mas para onde vim aos poucos... de revelação em revelação, feitas sugestão ou um leve desejo no fundo da alma.

Ela é feita de gente (para além das praias, montes, bondinhos - ou eléctricos - e monumentos). Feita de esperanças de construir, de fugir, de ganhar.
Feita de sonhos. Uns possíveis de se alcançar, para se realizar, outros, nunca. São só fantasia e loucura. Até de pesadelos, de gente que, não tendo propósito (a viver para si mesmo e para o seu umbigo), simplesmente existe, não vive.

Mas é cidade. Do jeito que a quisermos olhar e viver.

E quem tem propósito diante de si, vive, nunca existe apenas.

A minha cidade é a minha Jerusalém, por quem oro (e nem de longe, me sinto pressionado a orar por aquela outra, que passou, onde Deus não vive mais do que aqui).

E sirvo-a. Umas horas com raiva, confesso.

Noutras, como hoje, com ternura e paixão.

Mas sirvo-a.

É aqui a minha Jerusalém!
Fonte: Rubinho Pirola

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